terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

As Mulheres!

As mulheres
Eu gosto das mulheres, e é por isso não suporto aquela expressão tipicamente masculina do «gosto de mulheres».
Gostar de mulheres significa uma forma de afirmação heterossexual – o contrário seria gostar de homens –, com tudo o que isso implica de carga sexual e de pretensa afirmação da masculinidade.
Gostar das mulheres é outra coisa completamente diferente.
É gostar das suas especificidades – por vezes, incompreensíveis para a forma de pensar dos homens – e das suas excentricidades, da sua forma de se entregarem à vida, ao belo, ao amor.
Gostar das mulheres é tentar percebê-las, aceitá-las; é admirar o seu espírito de sacrifício e de entrega, a sua inteligência emotiva.
Gostar das mulheres é também gostar de trabalhar com elas e para elas, aceitando e estimulando a sua forma de liderar e de gerir.
Gostar das mulheres é muitas vezes aceitar, resignado, por incapacidade, a sua intuição.
É entender a forma como gerem as relações humanas, como mantêm as famílias unidas, como se relacionam entre elas e com os homens.
É admirar o seu espírito de sacrifício, a sua dedicação, a sua generosidade.
É tentar perceber a sua inata capacidade de multi-tarefa simultânea, da qual tenho uma secreta inveja.
Gostar das mulheres é também admirar a sua sexualidade tão ligada aos sentimentos mais profundos e, não raras vezes, aos instintos mais primários.
É apreciar a sua beleza física – uma mulher tem sempre algo de belo para ser apreciado – e a sua permanente preocupação com essa mesma beleza.
Aprecio ainda mais aquelas mulheres que, sem abdicarem um segundo que seja das suas características de afirmação e de independência, continuam a prezar a sua feminilidade, o seu prazer e o seu orgulho em serem mulheres.
É por tudo isto que gosto das mulheres e não tolero a expressão «gosto de mulheres».
Mas gosto das mulheres ainda por uma outra razão.
A sua energia…
Muita admiração causa a energia das mulheres. Elas suportam cargas de trabalho violentíssimas e têm tempo para tudo: tratam dos filhos e dos maridos, limpam a casa, levam as crianças à escola, ajudam-nas na educação, trabalham dentro e fora de casa, almoçam com as amigas e com os amigos, levam uma vida sexual activa e, mesmo quando parecem completamente esgotadas, um dia de sol renova-lhes totalmente as forças e a energia.
Parece que têm uma capacidade de renovação energética, de carácter telúrico – o efeito do Sol, da Lua – que as faz reviver e rejuvenescer quase que por milagre.
A essa energia chama uma amiga minha, numa das mais belas frases que ouvi nos últimos tempos, «a energia vital da criação».
Acredito nisso mesmo, que essa força descomunal das mulheres advém de um reservatório energético ligado à capacidade de dar vida à própria vida.
E se dar vida à vida é intrínseco à natureza feminina, gostar das mulheres será a melhor forma de apreciar e respeitar a vida.
É por isso que eu gosto das mulheres.

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